quarta-feira, 27 de maio de 2009

Aventura Raiana

Mais uma volta, mais uma verdadeira aventura.
Desta vez o palco escolhido foram os belos trilhos raianos de Idanha, Monsanto e Penha Garcia. E foi muito bem escolhido pois, para mim, trata-se dos mais belos locais para um passeio de bike em Portugal! Excelentes paisagens, aldeias tipicas lindissimas, excelentes trilhos e ainda melhores single-tracks. De Samora partimos apenas 6 bttistas (eu, João Aires, Sérgio, Vasco, Fernando Ferreira, Pegaso) após as consecutivas desistências de alguns bttistas fraquinhos!!! Em Idanha estava o Canas e mais 2 colegas de Santarém (Almeida e Tiago), o Flávio e o amigo Paulo e ainda cerca de 5 representantes (incluindo uma rapariga com bom andamento) da Ass. Cicloturismo de Idanha-a-Nova que fizeram muito bem o seu papel de anfitriões. O percurso ia já nos GPS mas a malta de Idanha deu uma bela ajuda até metade da volta. Começámos em Idanha-a-Nova e partimos para a zona da Barragem. Passámos para um singletrack de mais de 3kms em volta da barragem, algo técnico pois tinha alguns calhaus traiçoeiros mesmo no meio. Depois foi um sobe e desce soft por entre o arvoredo e giestas até à aldeia histórica de Idanha-a-Velha. Visitámos as ruinas, o antigo lagar de azeite e depois no pelourinho bebemos as 1ªs mines e comemos umas sandochas. Entretanto um rafeiro que ali surge decide urinar para a roda do Fernando e... não é que o pneu aparece furado?!?! O cão era velho e acho que já urinava ácido sulfurico. De Idanha-a-Velha seguimos por entre os montes raianos até Penha Garcia enquanto um indigena, aparentemente perdido numa bike do modelo sem suspensão, insistia em perseguir-nos por entre aqueles rasgos e cascalho solto... ganda maluco!!. Já tinhamos cerca de 42kms e notavam-se já as 1ªs mazelas e "quebranços", principalmente em 2 bttistas que eu não vou dizer os nomes para não os envergonhar mas que por acaso são... o Vasco e o Fernando! Apanharam de novo o Sindrome das voltas longas... Principalmente o Fernando pois na nossa zona faz 60-70kms em grande prestação e depois nestas voltas quebra sempre aos 40-45kms... e o ritmo era muito calmo mesmo! Agora a sério, acho que o Fernando deveria rever bem a causa desta quebra fisica e tomar algum tipo de suplemento para os musculos e cansaço pois acaba por sofrer e não usufruir em pleno do passeio. De qualquer modo uma palavra para a bravura do Fernando pois ao contrário de muitos nunca se nega e vai a todas! O homem é rijo... ou então é mesmo é maluco! Nem as mines no café de Penha Garcia os safaram.. melhoraram mas a tormenta continuou. Só diziam: "O Charbel vai pagar isto pois insistiu para virmos depois não pôde vir!!!!" O Canas, Sérgio, João Aires e os 2 colegas do Canas subiram até ao cimo da vila por uma autêntica parede e fizeram toda a encosta da serra onde acabaram por descer por um trilho altamente técnico! Os restantes seguiram para Monsanto fazendo a abordagem pela calçada romana. Uma autentica parede de paralelos desnivelados onde era mesmo impossivel subir em cima da bike... foi uma longa caminhada pedestre a subir! Já no Castelo de Monsanto fomos alcançados pela malta que subiu a Penha Garcia. Foi uma incrivel subida até esta aldeia que é conhecida pela aldeia mais portuguesa de Portugal. Para mim é a 2ª aldeia mais bela que já estive, depois de Piódão. Vale mesmo a pena nem que seja num passeio de carro! A aldeia é toda em pedra granitica, mas toda mesmo e as próprias casas são construidas em cima destes enormes pedragulhos. Um episódio engraçado foi o facto de, numa subida no centro da aldeia, reparei que o Vasco vinha mesmo atrás.. parámos e.. o homem tinha deixado o camelback mais abaixo, no inicio da aldeia. E como se não bastasse um passaro ainda se lembrou de aliviar em cima do homem... eheh... não podia ser pior! Mas deu para rir! Para sair de Monsanto não foi tão facil como parecia. Enquanto um casal nos mandou para uma descida de uma rota pedestre, ignorávamos os conselhos de um local que nos dizia: "Por aí não, aí nem com a bicicleta às costas" e eu insistia, só para o calar: "Não faz mal, nós estamos habituados! Nós gostamos é disto!" Bem... foram cerca de 2kms a descer por entre os pedragulhos do tamanho de carros, com a burra nas costas e mesmo assim houve quedas... do pior que já descemos. Aquilo só com corda!! Acho que batemos um recorde de maior nº de asneiras por metros percorridos! De Monsanto seguimos de novo para Idanha-a-Velha e desta para a barragem onde se seguiu uma das partes mais duras da volta. É verdade, guardaram a parte mais dificil para o fim pois as subidas eram mais longas, tinha 1 singletrack bem durinho e ainda por cima decidimos inventar e tentar atalhar, o que nos custou mais uns 30-40 mints onde andámos algo perdidos. (Meus ricos prints do Google Earth que nunca me deixaram ficar mal...ehehe). Qual GPS qual quê! Valeu-nos o instinto de orinetação do Pegaso que, de cima de um monte e após encontrar o caminho correcto, assobiava que nem um pastor para as ovelhas (eu e o Canas pensávamos mesmo que era um pastor e insistiamos em ignorar o assobio!). Mais umas subidazitas, um bode perdido, estradas entre muros de pedras, trilhos com rasgos e cascalho, o Sérgio a empatar nas descidas (esse fraquinho que se desculpava com os travões), um Fernando rejuvenescido após ingerir a poção mágica do druída Almeida feita artesanalmente pelo próprio (acho que aquilo só não tinha água e drogas leves... granda bomba!!!). Após algum esforço e principalmente MUITAS horas chegámos aos carros. Foram 84kms para quem fez a volta mais curta e 89kms para a volta mais comprida. O ritmo foi calmo, excelentes paisagens, aldeias lindissimas, os trilhos foram técnicos mas não muito duros, apenas 2-3 subidas bem puxadas, 3 excelentes singletraks, 4 furos, 2 quedas ligeiras, várias mines e essencialmente.... excelente convivio e grande aventura!
Uma palavra de agradecimento para a simpatia, acolhimento e disponibilidade dos representantes da Ass. Cicloturismo de Idanha-a-Nova.

Boas pedaladas e até à próxima aventura,

Daniel Brites

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Os Mutantes

by Charbel

A crónica de Domingo (17 Maio 09) vem atrasada, é um facto. Isso deveu-se a uma semana particularmente agitada quer em termos profissionais quer em termos particulares.
Mas vamos ao que interessa.

No passado Domingo combinámos uma volta de estrada bem ligeira para se ultimarem os preparativos da volta de Idanha. A volta prevista era a de St. Estêvão e como tal o material a utilizar seria de estrada.
Pois é, pois é, eu disse que seria, mas não foi!
E perguntam vocês: - E porquê? - Porque, o Sr. Domingos e o Marçal apresentaram-se com pneus de BTT. O primeiro porque não leu o E-mail, o segundo porque não tem outros, eh, eh, eh…..
Mas não pensem que fica por aqui a questão do material circulante, eh, eh, eh. O que se passou foi hilariante, meus amigos, pois nunca tinha visto um pelotão tão esquisito! Parecia um pelotão de mutantes, senão vejamos:

O Bttista Vasco, resolveu ir ao baú e saca-me de lá uma bicicleta de estrada da marca………….huuuuuuuuu (suspense)…………….Peugeot, ah, ah, ah, ah……….
Sim isso mesmo! O homem apareceu montado numa peça de museu, marca Peugeot, mas que infelizmente para ele não tinha motor. Eu acho que ele estava um pouco envergonhado, vai daí, levou o tempo todo a dizer que a iria restaurar e que até ia arranjar os autocolantes originais através da NET!!!!!
A máquina segundo ele pertence à década de setenta, mas cá para mim ela deve ser dos anos 20. Tal facto estava bem patente, devido ao seu design e também devido aos vários quilos de ferrugem, eh, eh, eh……

Giro, giro, foi o facto desta Peugeot só ter seis mudanças e ainda por cima a mais leve não funcionava, obrigando o Vasco a uma sobrecarga de esforço, a par de uma sobrecarga no seu traseiro, eh, eh, eh! Leram bem, mas nada de más interpretações, acontece que o selim desta máquina mais parecia um instrumento de tortura da idade média, eh, eh, eh…..

Bem, apresentada a primeira “aberração”, prosseguimos para a seguinte, que não fica nada atrás da primeira. E porquê? Porque estamos a falar da bike semi-voadora do Marçal. Recordam-se certamente do tralho histórico que esta máquina proporcionou ao nosso amigo Marçal!
Pois bem, agora já nada é como dantes, uma vez que o nosso “incrível Marçal” resolveu substituir a mola saltitona da suspensão traseira, por uma barra de ferro. Isto até faz lembrar o Mítico Prof. Alexandrino, porque a bike dele agora está “firme e hirta como uma barra de ferro”.
Para o próximo evento o Marçal é bem capaz de aparecer com os amortecedores da frente soldados para completar a metamorfose da sua bike de suspensão total para rígida!

Em terceiro lugar posso colocar a minha antiga e maltratada bike (maltratada pelas más línguas), que ao receber uns magníficos pneus de estrada se transformou numa bike de estrada de pleno direito, não esquecendo nunca do seu acessório já celebrizado e baptizado como cadeira ginecológica, eh, eh, eh…..
Para quem não está a perceber nada, informo que se trata de um acessório tipo triatlo colocado no guiador, que permite adoptar uma posição aerodinâmica e assim atingir velocidades estonteantes!

De resto tínhamos o Fernando com a sua BTT devidamente equipada com pneus de estrada.
Como vêem, parecia um pelotão saído directamente das trevas, eh, eh, eh……

Ao iniciarmos a volta fomos (facilmente) alcançados por um ciclista de estrada. Era o Luís, um bacano que costuma andar connosco em BTT mas cujo apelido desconheço. Apenas sei que é de V.F.Xira e que agora mora em Samora. O Aires é que o conhece bem.
A partir desse momento o ritmo aumentou e o Vasco foi ficando para trás. Até St. Estêvão assistimos a um trio muito rápido, constituído pelo Fernando Ferreira, o Marçal e o Luís. Eu e o Sr. Domingos viemos sempre solidários com o Vasco.
Chegados a St. Estêvão deu-se a separação do Fernando que estava possuído e foi fazer a volta maior pela Fajarda/Foros de Salvaterra/Marrocos, etc.

Na subida pensei que o Vasco seria forçado a ir a pé, mas desenganem-se as mentes maldizentes, pois o homem tinha vindo todo o caminho a fazer bluf e passou por mim a alta velocidade sempre a subir em 5ª velocidade, eh, eh, eh……
Acontece que a partir daí começou o festival do Sr. Domingos e do Luís, que foram sempre a “abrir” rebentando definitivamente com o Vasco que a muito custo se arrastou até Samora, onde terá recebido os primeiros cuidados médicos, eh, eh, eh……
O Marçal estranhou estar tão cedo em casa e queria ir dar outra volta mas lá o conseguimos chamar à razão e então ele optou por ir pedalar em casa na sua bike estática.
O Fernando ligou-me quando cheguei a casa, para saber se estava tudo bem connosco (isto é que é ser amigo) e estava muito satisfeito pois havia feito cerca de 70 Km, nada mau para quem estava em baixo de forma!



Boas pedaladas

Charbel