quarta-feira, 8 de junho de 2011

TRILHOS DA LEZÍRIA? QUAIS TRILHOS?

By Charbel


Olá a todos,

É deveras constrangedor praticar desporto ao ar livre em Samora Correia!
Apesar de estar "na moda", na nossa região pouco se faz para incentivar a sua prática.

Por um lado temos a Companhia das Lezírias, onde existem os melhores locais para a prática do BTT, mas cujo acesso é altamente condicionado, por outro temos as grandes várzeas onde se cultiva o arroz e cujos acessos também vão sendo vedados a pouco e pouco.
Vivemos cada vez mais espartilhados dentro da cidade. Quando não permitimos que nos imponham restrições de mobilidade, temos a sensação de estarmos a transgredir, como se a simples prática desportiva fosse crime!

Esta situação está a tornar-se intolerável, pois se a população desejar fazer uma caminhada, jogging, BTT ou outra actividade de lazer é literalmente "empurrada" para as artérias da cidade e estradas nacionais, com todo o risco que isso implica. Muitos começam simplesmente a frequentar outras paragens, facto que implica uma enorme logística, perda de tempo e dinheiro.

A própria autarquia, poderia ter aqui um papel mais activo no sentido de tentar sensibilizar os proprietários. A abertura de alguns acessos aos trilhos em nada prejudicaria as propriedades, até porque o perfil das pessoas que praticam desporto é por norma a favor da preservação da natureza.
Quando falamos na abertura de acessos, falamos apenas de pequenas entradas que permitissem a passagem de uma pessoa e da respectiva bicicleta, nem que tal acontecesse apenas aos Domingos de manhã.
A questão dos assaltos é frequentemente apontada como a principal razão para os proprietários encerrarem os acessos, mas bem vistos os prós e os contras, talvez fosse mais benéfico ter a presença de pessoas nos campos o que persuadiria os mal intencionados.



A foto seguinte ilustra o impensável! Há cerca de 3 meses um individuo resolveu colocar uma cerca no valado junto ao rio Almansor que dá acesso ao canal através da Sociedade das Silveiras, e colocou lá os seus cavalos! Legal ou não, este acto é eticamente reprovável visto que desde então ninguém mais pôde frequentar o local. Até à data nem a autarquia conseguiu resolver o problema.
Os responsáveis pouco fazem para dinamizar um património que deveria ser de todos nós e não apenas de uns quantos privilegiados. De que nos serve viver no campo se não tivermos acesso ao mesmo? Decididamente, parece que não merecemos o maravilhoso país que temos. Outros povos ficariam felizes se possuíssem um país e um clima como o nosso, mas o que fazemos é perder tempo com "mesquinhices".

O CBTTTL já fez ouvir a sua voz sobre este assunto através do seu Presidente Daniel Brites e do seu Vice-presidente (eu próprio), numa entrevista concedida ao jornal "O Mirante".

Há demasiada gente distraída, que não consegue vislumbrar o enorme potencial da nossa região.

Imaginemos se houvesse em Samora Correia, uma verdadeira escola de equitação virada para as massas, uma escola de Golf, um parque aquático, um parque temático ou de diversão, pistas para prática de modelismo, um parque de actividades radicais, desportos náuticos, enfim existe espaço mais do que suficiente para se produzirem as mais diversas actividades lúdicas, mas talvez falte o mais importante, vontade para trabalhar mais activamente no sentido de criarem condições para se atraírem potenciais investidores. É mais fácil proibir!

Gostaria de evocar um feito notável que aconteceu na década de 80, quando por iniciativa do mítico Prof. Reis Vaz e do Sr. António Brardo, ambos ilustres cidadãos com provas dadas em iniciativas várias em prol da população de Samora Correia, "meteram" mãos-à-obra e juntamente com os responsáveis da Companhia das Lezírias de então e creio que com a colaboração da CMB, construíram um fabuloso circuito de manutenção no eucaliptal situado no lado oposto ao Belo Jardim. Foi um empreendimento muito à frente do seu tempo, que permitiu incutir uma cultura desportiva em muitos cidadãos. Eu próprio em tenra idade tive o privilégio de frequentar aquela agradável infra-estrutura. Infelizmente eram tempos de muita ignorância e falta de cultura que levaram à sua total vandalização sem que as autoridades competentes se preocupassem com a sua manutenção.

Irei relatar apenas mais um episódio que aconteceu no início da década de 80 e que caracteriza a "nossa" mentalidade. Nos meus tempos de criança, pairava a eterna promessa da construção de um parque infantil e de um ringue no Bairro da Esteveira, mas tal não passava de uma promessa. Íamos crescendo e nada acontecia, até que a pequenada farta de esperar, reuniu esforços e durante todo o verão efectuou um peditório aos vizinhos, vendia refrescos, etc. O que é certo é que os tostões chegaram para contratar os serviços do Sr."João da Emília", que possuía um tractor que nos iria permitir alisar um terreno que um conhecido construtor, nos autorizara a utilizar para construirmos o nosso próprio campo de futebol.

Um grupo de crianças conseguia construir o seu próprio sonho. Nesse Verão todos participámos na limpeza do terreno e na construção das balizas, sentados no arado do tractor, fazíamos peso para alisar o terreno mais rapidamente. Tratou-se de um feito enorme, que nos deixou tão contentes como orgulhosos. E agora perguntam vocês: - e o que aconteceu a seguir? - Eu respondo: - o senhor construtor, proprietário do terreno, depois deste estar limpo e terraplanado, construiu mais casas em cima do nosso querido campo de futebol!

Obrigado e bom dia!


Grande abraço,


Paulo Charbel

5 comentários:

Carlos Fernandes disse...

Boas pessoal,

Face ás potencialidades da terra de Samora, é de facto triste que as mesmas não sejam desfrutadas por todos aqueles que cultivam a ligação à natureza através da prática desportiva.
Julgo que os responsáveis municipais, eleitos por todos nós, deveriam usar as suas influências e promover trilhos dedicados sem restrições ao dispor dos desportistas da modalidade BTT.
Quero querer que se as nossas pretensões chegarem aos tais responsáveis, existirá concerteza da parte deles o necessário empenho e tal objectivo será atingido. Talvez devessemos em primeiro lugar delinear um track, se é que já não existe, para ser colocado à apreciação de tais responsáveis para que possa ser avaliado por quém tem o poder de decisão, fazer evetuais ajustamentos, criando-se assim um circuito sem entraves!

1 ab a todos

Fernando A. disse...

Boas,

como praticante de BTT á pouco mais de 3 anos tambem me tenho apercebido de que existe muitas mais restrições para podermos usufruir dos bons trilhos que a nossa terra tem,por um lado compreende-se que alguns proprietários não nos facilitem o acesso ás suas propriedades pois existem algumas razões que os levam a agir dessa forma mas se ambas as partes se "sentarem" e discutirem os pós e contras da comunidade Bttista frequentar esse trilhos provavelmente irão ter mais ganho do que perda,porque a nossa função no meio da natureza é deixa-la tal e qual a encontramos e se possivel alertarmos as principais entidades no caso de avistarmos algumas irregularidades,expl:incendios,roubos,vedações danificadas,etc...

Quero tambem aqui deixar uma mensagem de apoio ao Clube de BTT Trilhos da Leziria por terem a iniciativa de se preocuparem com estas questões,pois hoje andamos nós de bike e amanhã serão os nossos filhos e há que começar por previnir e olhar pelo futuro deles.
Se o meu contributo e a minha ajuda for necessária nalguma ocasião podem contar comigo.

Abraço,

Fernando Almeida

DCB disse...

É isso mesmo! É uma tristeza termos este potencial todo aqui à porta e não podermos usufruir dele. Até tenho vergonha, sério! Temos localidaes mais pequenas e com menos recursos onde os responsaveis pensaram no bem estra das populações e incentivam ao máximo a pratica desportiva. Nós temos as condições e .... nada! Mas vamos começar a pressionar e vamos fazer ouvir a nossa voz. Devagarinho vamos lá! Vamos possivelmente precisar da ajuda de todos. Nessa altura sei que estão connosco

Rui disse...

Boas,

Eu sublinho todo que foi dito, FORÇA
Clube de BTT Trilhos da Leziria eu estou convosco.

Anónimo disse...

Apresento a minha disponibilidade para solidariamente com o CBTTTL subscrever todas as diligências que venham a ser tomadas no sentido de ultrapassar esta lamentável situação.
saudações desportistas

Cláudio Miguel Sapateiro